segunda-feira, 15 de março de 2010

Matéria Especial - BSOP (parte 2)

Olá.
Na primeira parte desta matéria especial, mostrei para vocês como fui parar no maior evento da América Latina de Poker. Agora, vamos nos ater ao que aconteceu nos dias do evento.
Acordo lá pelas 10 horas da manhã, esperando descansar o máximo possível, afinal, teria um longo dia pela frente caso passasse para o dia 2. Tomo uma coisa leve de café da manhã e começo a preparar um almoço consistente mas também que não me deixe "mole" na cadeira.

O torneio tem horário para começar as 15 horas. Pego um táxi até o lugar do evento, o luxuoso Sheraton Hotel (World Trade Center), ao lado do Hilton. Chego e praticamente me perco para encontrar o salão. Lugar enorme, vários blocos e elevadores, mas finalmente chego.
Pego a primeira fila para tirar minha carteirinha da CBTH, Confederação Brasileira de Texas Hold'em (sim, agora sou um jogador confederado! hehe). Após isto, entro no salão. Quase não acredito! Tanta gente, lugar enorme! Mesas e mais mesas, parece que não tem fim. Pôsteres dos meus maiores ídolos nas paredes. Phil Ivey, Gus Hansen, Allen Cunninghan... incrível! Dá uma olhada no lugar:












Entro na fila para fazer meu check-in. Pego meu comprovante e espero a hora de entrar na arena.
Carol me faz companhia até chegar a hora. É anunciado então parar os dealers tomarem seus lugares. 5 minutos depois, entramos parar procurar nossas mesas e lugares. Estou no seat 3 da mesa 27.


Assim que chego, já procuro obter informações sobre os jogadores. Um deles com coisas de sites de poker, outros vestidos com camisa pólo. Qualquer informação sobre o jeito que se vestem pode dar um idéia inicial sobre cada pessoa, inclusive o jeito de se portar na mesa.


Comeeeeeeeeeeeeeça o jogo! Entro como big blind. Encontro um raise em middle position (MP) e abro cartas ruins. Fold. Tranquilo. Com 20 mil fichas e blinds de 45 minutos temos muito tempo para achar as melhores oportunidades.

Estou vestindo uma camiseta preta lisa e uma calça bege, não quero chamar atenção de ninguém, só quero jogar meu jogo e aproveitar as oportunidades que aparecerem. Quando menos perceberem, é raise vindo do rapazinho de preto que não fala nada. Esse brother aí embaixo:

Fico na minha e observo atentamente o jogo. Primeira oportunidade de roubar um pote. Todo mundo dá fold e vem a ação pra mim, no dealer. Sem pensar, dou fold. Ahn? Claro! Quero manter uma imagem sólida. Pra que preciso roubar 150 fichas num stack de 20 mil. Posso conseguir muito mais se construir uma imagem boa.
O jogo segue. Foldo várias mãos, mas sempre observando os jogadores. Observo um padrão no segundo jogador a minha esquerda. Costuma piscar os olhos mais forte que o normal quando está com mão fraca. Ótimo! Um cara que posso explorar com aumentos bem direcionados!
O jogo vai morno, poucas mãos envolvendo potes grandes. Ainda no segundo blind, cai um cara da outra mesa e me pergunto: "como é que um brother já fez isso?". Eis que a resposta chega. ele tinha tomando um royal flush na cabeça! É, ok. Coitado. Vai pra casa e dorme!
Surge minha primeira oportunidade de misturar meu jogo. Com uma imagem tight, quero fazer algo diferente. Abro 46s em MP e entro raise. Todos foldam menos o BB, que paga. Abre A47 tudo de paus. O BB da check e eu também. Abre outro A. Ele dá mesa de novo. Agora é hora de testar a água. Bet! Ele folda quase que instantâneo. Perfeito. Mais umas fichas.
Primeiro AA do dia. Um cara em UTG+1 abre raise de 600 (blinds 200) e eu boto 1800. O cara que eu tinha pegado o tell me joga 3 mil tudo. Todos vazam, inclusive o que deu raise primeiro. Não posso iro pro flop sem reaumentar, afinal, estou fora de posição e com a melhor mão. Não é hora de slowplay. Ponho 3 mais 5 mil. Ele pensa e paga. Uau! ele deve ter algo como QQ ou KK. Flop traz 772. Se dou mesa e ele também, posso correr risco a toa. Se eu apostar e ele voltar all in, tá mais que pago. Meu coração tá na boca. 6500 pra ver. Ele pensa e vaza. Mais uma boa mão que eu joguei. Continuei intacto na imagem e com mais fichas.
Jogo vai, jogo vem. Vou esporadicamente dar um oi pra Carol que está lá fora da arena esperando. Chega o primeiro intervalo. Hora de dar as notícias pros amigos e namorada. Como alguma coisa e vou ao banheiro. 15 minutos não dá tempo pra quase nada. De volta pro jogo!
Um jogador mais tight abre raise em EP. Eu olho 78s e acho que vale a pena chamar. Se bate um flop mosntro, posso levar uma boa grana dele, afinal, tenho bastante fichas para chamar um raise agora com os blinds ainda baixos. O flop vem Kxx. Ele me olha com receio e dá mesa. Boto ele num par, talvez de T ou J. Dou raise pra ver e ele, com cara de desgosto, folda. Ótimo! Mais fichas pro papai aqui que não tinha nada. Imagem perfeita. Nada de esculachar e perder o trabalho até agora. Vamo que vamo!
Segundo intervalo. A Carol resolve me fazer companhia até o fim (é, realmente sou um cara de sorte). Como um lanche, dou uma descansada. Minahs costas tão me matando. Foco. É hora do jogo!
Amigos, achei que essa história daria pra ser contada em 2 partes, mas acho que terei que escrever pelo menos mais uma. Fico por aqui. Em alguns dias, volto com mais um pedaço, ok?
Mike McDermott - seu AA no BSOP - São Paulo

Um comentário:

Jach Shephard disse...

Eu não acredito!